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Francisco Faustino de Lima, de 58 anos, morreu na noite de domingo (18) após ser baleado por um guarda civil municipal (GCM) de 35 anos durante uma discussão de trânsito na avenida Francisco Marengo, em Suzano. O agente, que estava fora de serviço, foi preso em flagrante e encaminhado à cadeia de Mogi das Cruzes. O caso foi registrado como homicídio com dolo eventual.
Segundo o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada para atender à ocorrência de disparo de arma de fogo. No local, os policiais encontraram um veículo com marcas de tiros no vidro traseiro. Francisco estava ferido no banco do motorista. Próximo ao carro, havia uma motocicleta caída. A vítima foi socorrida pelo Samu e encaminhada ao Hospital e Maternidade de Suzano, mas não resistiu aos ferimentos.
O guarda se apresentou como autor dos disparos e alegou que trafegava com sua motocicleta quando teria sido fechado pelo veículo da vítima. Após discussão, ele afirmou ter sido novamente fechado, caído da moto e, em seguida, feito dois disparos com uma arma particular. No entanto, a investigação apontou inconsistências na versão apresentada.
De acordo com o depoimento da companheira da vítima, o casal se dirigia à igreja quando o motorista desviou de um buraco, momento em que ocorreu a colisão com a moto. Após troca de palavras, o motociclista teria sacado a arma e efetuado três disparos — dois atingiram Francisco, e um acertou o vidro do carro. Ela não foi ferida.
A perícia constatou que o agente não apresentava lesões e não caiu da moto, conforme alegado. Também foi apurado que ele conseguiu efetuar os disparos com o veículo ainda em movimento. A arma utilizada, de uso pessoal, foi apreendida com duas munições deflagradas e três intactas. Outra arma, de uso funcional, também foi apresentada, mas o agente afirmou não tê-la utilizado.
Diante dos elementos coletados, a Polícia Civil determinou a prisão em flagrante com base em dolo eventual, entendendo que o agente assumiu o risco de causar a morte ao efetuar os disparos.
Pedro Ishi se manifesta nas redes sociais
O prefeito de Suzano, Pedro Ishi (PL), se manifestou por meio de suas redes sociais e lamentou o ocorrido. Ele afirmou que a administração acompanha o caso de perto, reiterando o compromisso com a transparência e a justiça. Também destacou que o agente não estava em serviço no momento do ocorrido e que a Corregedoria da Guarda Civil Municipal instaurou processo administrativo e determinou o afastamento preventivo do servidor.
A prefeitura ressaltou que repudia qualquer forma de violência e se solidarizou com a família da vítima.