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O cantor de pagode e empresário Vagner Borges Dias, conhecido como Latrell Brito, foi condenado a 26 anos de prisão por chefiar um esquema de fraude em licitações públicas que movimentou mais de R$ 200 milhões em diversos municípios paulistas, incluindo cidades do Alto Tietê.
O juiz Antonio Augusto Mestieri Mancini, da 2ª Vara Criminal de Mogi das Cruzes, anunciou a sentença de Vagner ontem (30), e absolveu a ré Joyce da Silva, investigada no mesmo processo por ser “laranja” do esquema.
A investigação conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), apontou que o artista era responsável por um esquema que simulava concorrência entre empresas ligadas a ele e pessoas de confiança, resultando em contratos superfaturados ou inexistentes. A prática criminosa atingiu prefeituras e câmaras municipais, inclusive em cidades como Ferraz de Vasconcelos, Arujá, Poá e Suzano.
De acordo com o MP, o grupo usava “laranjas” para compor o quadro societário das empresas participantes dos processos licitatórios, garantindo que todas as concorrentes fossem, na prática, do mesmo grupo. O esquema desviava recursos públicos, e parte do dinheiro era utilizada para abastecer a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Latrell Brito foi preso em janeiro de 2025, após permanecer nove meses foragido, usando documentos falsos. Ele foi encontrado em uma casa de luxo na Bahia, onde mantinha vida confortável e seguia publicando vídeos cantando pagode e ostentando carros importados. Sua prisão preventiva foi convertida em condenação agora, com pena que inclui os crimes de organização criminosa, fraude em licitação e lavagem de dinheiro.